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V colóquio do GEPEE/IAT debate história do povo brasileiro e suas lutas e reivindicações por uma educação antirracista
Integrantes do Grupo de Estudos, Pesquisas e Experimentações Educacionais do Instituto Anísio Teixeira (GEPEE/IAT) reuniram-se, na manhã desta sexta-feira (25), para falar sobre o documentário ‘Territórios de Resistência’ e sobre a história do povo brasileiro e suas lutas e reivindicações por uma educação que seja antirracista e que tenha como horizonte os direitos humanos e a dignidade humana.
O colóquio marca os diálogos que o grupo está iniciando acerca da Lei 10.639/2003, que inclui nos currículos escolares de todos os níveis e modalidades a história e cultura afro-brasileira, africana e indígena.
O evento foi aberto pelo diretor geral em exercício do IAT, Iuri Rubim, que falou da importância da retomada dos trabalhos presenciais do grupo e sobre o total apoio que o IAT continuará dando ao GEPEE. Iuri Rubim falou, ainda, sobre as próximas publicações da Revista Estudos IAT e sobre o seminário do grupo que acontece em novembro. “Estamos chegando neste segundo semestre com bastante força e animação. Daqui para frente a gente só vai melhorar”, pontuou.
Gravado em 2022 e lançado este ano, o documentário ‘Territórios de Resistência’, que aborda a importância da luta dos povos negro e indígena para concretização do processo de independência da Bahia, foi produzido pelos alunos do Centro Estadual De Educação Profissional Formação e Eventos Isaías Alves (CEEP) de Salvador, e pelos professores e também pesquisadores Thayse Lacerda Assis e Jonathan Sampaio.
“O documentário é uma grande oportunidade da escola pública mostrar seu potencial de realização técnica com a produção audiovisual, realizado pelos estudantes, mas também de viés emancipatório e decolonial, porque conta a história de luta e resistência dos povos negros e indígenas, que lutaram pela independência da Bahia em 1823”, afirmou Thayse Lacerda Assis.
A professora lembrou ainda que o documentário teve como objetivo principal promover o exercício das leis 10.639/03 e 11.645/08, a partir de práticas identitárias e emancipatórias no contexto curricular da escola.
Ao falar sobre a produção do documentário, o professor Jonathan Sampaio destacou a importância e necessidade de usar o recurso audiovisual nas escolas não só para que os estudantes se vejam, mas para que eles produzam, se alfabetizem e usem como uma ferramenta para falar a verdade deles e mostrar a visão de mundo que eles têm.
“As escolas das periferias precisam, cada vez mais, das ferramentas do audiovisual para que elas revelem suas histórias e contem o que elas são de verdade. Usar o audiovisual como uma prática educacional de comunicação permite que estes garotos mostrem sua visão de mundo. Eles têm uma verdade, mas que muitas vezes é sufocada”, refletiu.
Jonathan Sampaio ressaltou, ainda, que olhar dos estudantes foi fundamental para o documentário. “Tenho orgulho de dizer que, neste projeto, nossa participação foi menor, só orientando, a produção, gravação e edição foi feita pelos estudantes”, contou.
“É importante que a gente possa contar a nossa história, ter a nossa voz ativa e, para isso, só precisamos de oportunidade. Vários estudantes têm formas muitas criativas de poder contar a sua história. O audiovisual é uma delas. Então precisamos levar para as escolas essas ferramentas para que nós possamos falar sobre a nossa realidade”, afirmou Ana Beatriz Cerqueira, uma das estudantes que participou da produção do documentário.
Ana Beatriz Cerqueira falou também sobre os impactos que a participação no documentário gerou na sua vida pessoal e profissional.
“Participar da produção do ‘Territórios de Resistência’ me trouxe o poder de transformar algumas coisas ao meu redor, plantou em mim uma semente que vou carregar pelo resto da vida”, concluiu.
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