Gestores da Educação Profissional compartilham experiências na III Jornada do Programa Escolas Transformadoras

Começou nesta terça-feira (27/11), a III Jornada do Programa Escolas Transformadoras da Rede Estadual da Educação Profissional da Bahia, realizada pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, em parceria com a Ashoka Brasil e o Instituto Alana. O evento, que segue até esta quinta-feira (29/11), reúne coordenadores e diretores de unidades de Educação Profissional do Estado com a proposta de promover a troca de experiências e socializar saberes, com destaque para iniciativas exitosas dentro da perspectiva do Programa Escolas Transformadoras, formulado a partir de pilares como empatia, trabalho em equipe, criatividade e protagonismo. 
 
O subsecretário da Educação do Estado, Nildon Pitombo, destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento de uma formação cidadã, alinhada com a realidade e as potencialidades do território: “A formação do sujeito deve ser contextualizada com o local onde ele vive. Um evento como esse, assinala para professores, gestores e coordenadores pedagógicos a importância da formação cidadã que dialogue com a comunidade, numa perspectiva de transformação social”.
 
Maria Estélia Oliveira Correia, vice-diretora do Centro Territorial de Educação Profissional de Vitória da Conquista, falou sobre a importância da interação entre alunos e comunidade e citou a experiência de um grupo de alunos do Curso Técnico em Informática que desenvolveu como Projeto de Curso uma bengala sensorial, tecnologia assistiva de baixo custo, visando melhorias na mobilidade do deficiente visual. O projeto propôs a construção de uma bengala automatizada, dotada de sistemas de sensoriamento, controle e mecânico. A bengala, feita com um cano de PVC, apresenta sensores de obstáculos de motores de vibração, que auxiliam o deficiente a detectar as barreiras no caminho, evitando tropeços desnecessários e arriscados. O projeto Habeas Corpus – Bengala Sensorial foi selecionado e venceu a “Campus Future”, um espaço da Campus Party de Salvador, realizada em 2018.
 
A experiência foi sistematizada na publicação “Educação Transformadora nos Territórios de Identidade da Bahia”, lançada durante o evento. Talita Borges Bezerra Sampaio, vice-diretora pedagógica do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Baixo Sul, em Gandu, no Sul da Bahia, compartilhou a experiência da Educação Profissional desenvolvida no CETEP e os mecanismos para que ela se aproxime ainda mais da comunidade,  a exemplo das visitas em escolas do 9º ano e de Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Gandu e região.  “Estamos conseguindo mostrar ao jovem mais sobre os cursos que ofertamos a partir de experiências de outros jovens, que têm mostrado, na prática, o que o curso promove e quais caminhos o estudante pode vislumbrar. Muitos dos nossos alunos estão no mercado de trabalho atuando nas áreas em que estuda e isso é uma forma de devolver à comunidade um resultado positivo do nosso trabalho, a partir da formação de qualidade, cidadã e comprometida com a transformação social”. 
 
Para Mary Matos Oliveira, vice-diretora pedagógica do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Colégio Professora Felicidade de Jesus Magalhães, em Jacobina, no norte da Bahia, o evento tem sido de muito aprendizado: “Participo desde o primeiro encontro e tem sido bastante proveitoso por nos permitir conhecer experiências construídas a partir da perspectiva das escolas transformadoras. Tentamos colocar em prática saberes compartilhados em outras edições, inspirados por iniciativas exitosas a exemplo do fortalecimento do protagonismo dos jovens”, diz.
 
Para Antônio Lovato, coordenador do Programa Escolas Transformadoras, da Ashoka no Brasil, a Jornada tem sido positiva, principalmente, no aspecto da promoção de integração dessas unidades no território. “Havia escolas sem contato com outras no mesmo território e era corriqueiro uma delas ter a solução para um problema em comum. Já podemos perceber uma troca muito intensa entre os projetos, para que as unidades possam se ajudar. É importante, também, esse debate sobre o potencial transformador das escolas”, conclui. 
 
A programação da III Jornada do Programa Escolas Transformadoras da Rede Estadual da Educação Profissional da Bahia segue até esta quinta-feira com oficinas para maior socialização entre os participantes e exibição da série “Corações e mentes – Escolas que Transformam”. 

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