Formadores refletem sobre flexibilização de currículos e construção de pautas formativas

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Esta sexta-feira (18/6) foi marcada por reflexões e planejamento no Plano de Formação Continuada Territorial da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. A turma de formadores e articuladores pedagógicos do Instituto Anísio Teixeira (IAT), responsável pela organização do plano, esteve reunida para planejar a trilha do segundo encontro formativo para os coordenadores pedagógicos e diretores escolares participantes, que vão acontecer no período de 12 de julho a 6 de agosto deste ano.

A reunião foi dividida em dois momentos, um com a coordenação pedagógica do IAT e outro com a consultoria da Comunidade Educativa CEDAC, novo parceiro do Plano de Formação Continuada Territorial. O encontro teve a participação da diretora-geral do IAT, Cybele Amado. 

 

Na primeira de uma série de reuniões formativas com o CEDAC -- que em vinte e três anos de atuação já apoiou profissionais de educação em 27 estados e mais de 900 municípios -- os formadores refletiram sobre a flexibilização curricular no contexto remoto. A consultora Roberta Panico lembrou que essa flexibilização precisa partir de perguntas básicas, como o que os alunos estão aprendendo, na prática, nas suas casas e comunidades, e refletir sobre o que é mais importante ensiná-los agora. "Flexibilizar o currículo é inerente à prática dos professores. Todos os anos, eles precisam olhar para cada turma e ajustar o currículo para aqueles estudantes. Não se pode tirar da mão deles o movimento de pensar o que, nesse contexto pandêmico, se coloca como prioritário". 

 

Roberta lembrou de como a pandemia fez com que as desigualdades e diversidades fossem vistas de forma mais clara pelos educadores. A consultora defendeu que essa nova visão precisa promover uma reviravolta na escola, que passe desde a recomposição das turmas até a flexibilização dos currículos. "Nós podemos mudar a estrutura das escolas. Podemos formar turmas com diferentes idades e contextos, para que os estudantes aprendam uns com os outros. Nós precisamos tratar as diversidades de modo mais criativo. O continuum pode apontar uma outra forma de organizar o que ensinar por ciclos. Podemos aprender a cuidar das transições de etapas". 

Num vídeo, a consultora Ana Zambon indicou alguns caminhos de como esse trabalho pode acontecer na área de matemática para os estudantes do Ensino Fundamental II. Ela ressaltou a importância de promover conexões entre as habilidades e competências previstas para cada ano, promovendo um trabalho articulado que garanta a progressão das habilidades. 

As consultoras também fomentaram a construção de estratégias para fazer com que o debate sobre flexibilização escolar chegue de fato às escolas, garantindo que todo o processo aconteça de forma colaborativa, envolvendo os Núcleos Territoriais de Educação, os gestores escolares e os professores. 

Territorialidade e diversidade

Micheli Cruz, coordenadora de formação de profissionais de educação do IAT, conduziu os participantes numa importante reflexão sobre a sua atuação enquanto formadores. Levando em consideração todos os aspectos que fazem parte do contexto dos profissionais, provocou cada um a pensar em como vincular sua prática à diversidade existente no estado da Bahia.

 

Com temáticas voltadas para a construção da pauta formativa, a coordenadora trouxe a necessidade de se considerar a territorialidade, a diferença entre as redes estadual e municipais, as nuances e diferenças entre orientações, além de outros fatores que conferem heterogeneidade ao grupo. “É importante produzir uma trilha formativa que dialogue com o seu território”, ressaltou.

 

Seis fatores foram discutidos em grupo pelos articuladores e formadores: as necessidades formativas do público, a relevância das temáticas, a infraestrutura, a adequação da estratégia formativa, o contexto e a estruturação da pauta.  A ideia é que as pautas e trilhas formativas sejam, cada vez mais, fator de atração para os educadores participantes. 

A formadora Maria Carolina Oliveira compartilhou o relato da coordenadora pedagógica Vanessa Miranda, da Escola Municipal Luís Viana Filho, na cidade de Boa Nova. Os educadores da unidade escolar estavam incomodados com a baixa participação dos estudantes no ensino remoto. A partir dos encontros formativos centrados nos estudos sobre o "cuidar" e sobre as tecnologias, a coordenadora garantiu os meios para dar uma  “injeção de ânimo” nos educadores, que se dispuseram a aprender mais sobre as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). “Vanessa contou que quando aprenderam a apresentar uma tela, foi uma vitória. A formação continuada tem chegado nas escolas, mesmo de forma sutil, nos menores detalhes", conta Maria Carolina. 

Na reunião, também foram compartilhados os resultados parciais da avaliação do primeiro encontro, realizada pelo Itaú Social a fim de medir, entre os educadores participantes, a efetividade e relevância da formação continuada para as suas práticas cotidianas. Os resultados sinalizam para a ampliação de conhecimentos e saberes, utilização prática dos conteúdos apresentados, adequação e aplicabilidade desses conteúdos à realidade dos educadores, entre outros, analisando não apenas os encontros síncronos, mas também os assíncronos, como explicou a representante do Itaú Social, Paula Santana Santos.

Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE).  Este ano, são mais de 8.000 educadores participantes de 414 municípios dos 27 Territórios de Identidade da Bahia. A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. Por conta da pandemia do Coronavírus, a formação acontece em ambiente virtual.

 

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