Formadores participam do primeiro encontro formativo com o Instituto Vera Cruz em 2022

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No Plano de Formação Continuada Territorial oferecido aos educadores baianos pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, através do Instituto Anísio Teixeira (IAT), sempre há espaço para o novo. Novos desafios, novas aprendizagens e novas formas de olhar para a didática do ensino são a maior riqueza do plano, que atualmente é oferecido para aproximadamente 9 mil educadores baianos, entre coordenadores pedagógicos, gestores escolares e membros das equipes técnicas das secretarias municipais de educação e Núcleos Territoriais de Educação (NTE).

Um dos parceiros provocadores desses novos saberes e formas de ensinar é o Instituto Vera Cruz (IVC) que, há dois anos, vem trazendo perspectivas importantes para o processo de formação dos formadores que atuam no plano. Durante esse tempo, o foco foi no fortalecimento da didática e conteúdos relacionados à Língua Portuguesa e Matemática, mas a partir deste início de 2022, a consultoria se expande para outras áreas do conhecimento: Ciências da Natureza e Ciências Humanas.

A novidade, anunciada pela diretoria do Instiuto no final do ano passado, materializou-se agora, com os primeiros encontros de formação específicos destas áreas, ocorridos nesta sexta e sábado, 18 e 19/2, no turno da manhã, com os formadores e articuladores pedagógicos do IAT. Sob a condução dos novos consultores, Daniel Helene – também coordenador da parceria com o IVC – e Marcelo Faria, de Ciências Humanas, e Kátia Henrique e Felipe Bandoni, de Ciências Naturais, os formadores puderam se debruçar no significado e importância da compreensão da dimensão do estudo das ciências para o trabalho da dupla gestora, pensando em como potencializar as aprendizagens na escola.

O trabalho nas áreas de língua portuguesa e matemática permanece, agora sob um novo modelo de acompanhamento e sedimentação dos conteúdos já trabalhados. Os consultores, já bastante conhecidos pelos formadores, Marly Barbosa e Samuel Duarte aproveitaram a tarde de sexta para traçar os novos caminhos para a continuidade da formação nas duas áreas. A partir da identificação das necessidades formativas das redes de ensino, os consultores procuraram estabelecer as prioridades deste momento para, em conjunto com os formadores, construírem a proposta de acompanhamento. A ideia é considerar não apenas a introdução de novos conteúdos, mas também o reforço e observância dos resultados já alcançados e os que ainda precisam ser garantidos nas redes de ensino, sobretudo neste período de retomada das aulas presenciais nas escolas.

A integração das novas áreas de conhecimento ao escopo da consultoria do IVC traz uma reflexão interessante, no que diz respeito ao que o consultor Daniel Helene trata como ‘alfabetização científica’. Nesse detalhamento, traz a separação, segundo ele fundamental para o estudo das ciências, entre conhecimento social e opinião. “Alguns temas fazem um sentido enorme na academia, com suas minúcias e detalhes para compor nosso conhecimento social, mas na escola podem não fazer sentido. E por outro lado há conhecimentos importantes na escola, que fazem pleno sentido e garantem aprendizagens significativas, mas na academia não fazem sentido.”

Segundo Daniel, que é historiador de formação, a ideia é entender como formadores de formadores, de áreas diversas, podem se apropriar desta didática e contribuir com as aprendizagens, especialmente em um grupo heterogêneo como é o caso, tanto do IAT, como de muitas unidades escolares. “A gente nunca esqueceu essa enorme complexidade durante todo esse planejamento”, completa.

Ainda de acordo com o consultor, as questões “socialmente vivas” são fundantes e articuladoras do currículo atualmente e, por isso, as ciências humanas precisam estar a serviço de um planejamento cuidadoso da aula e das diversas intervenções no espaço escolar.

No âmbito das Ciências da Natureza, as discussões não foram menos inquietantes. Os encontros levantaram, a partir da observação empírica dos formadores, as suas concepções e perspectivas acerca do ensino e aprendizagem das ciências e a forma como se dá o trabalho, atualmente, nas escolas que acompanham junto à dupla gestora.

O consultor Felipe Bandoni provocou os formadores a pensarem de que maneira pode ser possível aproximar a realidade vivida nas unidades de ensino com o que se espera do trabalho com as ciências. “Como transformar a escola em um ambiente gerador de experiências de aprendizagem positivas em ciências da natureza?”. Segundo o consultor, a questão que irá permear toda a trilha formativa será exatamente como ajudar o professor a atuar na direção do encantamento, da investigação e da contextualização, potencializando o ensino das ciências na sua relação com o cotidiano.

Para todas as turmas, a discussão está só começando, e os questionamentos foram lançados para que o grupo, colaborativa e gradativamente, vá construindo as respostas que, por fim, chegarão aos educadores participantes do plano. “Precisamos criar um lugar que não seja a universidade nem a escola, é um lugar no meio do caminho para a gente estudar a didática da área. Essas respostas têm que nascer daqui, do trabalho do grupo”, afirmou Felipe.

Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza, desde 2019, a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio.

 

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