Equipes técnicas discutem as avaliações externas para além das notas no Ideb

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Muitos gestores e técnicos das secretarias de Educação estão ansiosos e preocupados com as notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que devem ser divulgados no segundo semestre deste ano. Mas para Luciano Dias de Andrade, mestre em matemática e formador do Instituto Anísio Teixeira (IAT), o mais importante é olhar o que está por trás do números. 

Luciano participou na manhã desta quarta-feira, 9 de setembro, de um encontro que reuniu as equipes técnicas de quatro Núcleos Territoriais de Educação da Bahia (NTE 3, com sede em Seabra; NTE 4, com sede em Serrinha; NTE 16, com sede em Jacobina e o NTE 26, com sede em Salvador) para falar sobre "Gestão de resultados para fortalecimento das aprendizagens - avaliação externa e proficiência". 

A atividade integra o Plano de Formação Continuada Territorial, promovido pela Secretaria da Educação, por meio do IAT,  e que conta com a participação de mais de 9 mil educadores e técnicos nos 27 Territórios de Identidade. Pela primeira vez, a formação para gestores escolares, coordenadores pedagógicos e equipes técnicas das secretarias reúne as redes municipais e Estadual, com foco nos profissionais que atuam no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio.

Ao invés de concentrar toda a atenção no Ideb, Luciano sugeriu que os técnicos olhassem com mais atenção os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Nos boletins que esmiúçam  as avaliações de cada escola, dá para saber, por exemplo, a que grupo socioeconômico ela pertence e qual é o percentual de professores que estão atuando na área em que foram formados. Ele lembrou que esse último índice costuma diminuir nos anos finais do Ensino Fundamental, o que pode ajudar a explicar porque as notas do Ideb também tendem a ser menores neste segmento do que nos anos iniciais. 

O boletim também permite que a escola compare seus resultados com os alcançados por instituições de ensino similares. E mostra, especialmente, os níveis de proficiência dos estudantes em português e matemática. Desse modo, é possível descobrir que habilidades já estão garantidas e fazer novas proposições para que as aprendizagens avancem. "Conhecer de perto essa situação é melhor do que ficar sofrendo com a nota do Ideb", garantiu. 

Luciano também lembrou que é preciso a ação de todos - dos gestores e técnicos nas secretarias aos professores nas salas de aula - para mudar as realidades nas escolas. "Não é possível fazer educação de forma fragmentada". 

O encontro reuniu cerca de 60 participantes e contou com a mediação das formadoras Camila Amorim e Valdineia Oliveira. Ildene Carmem Fernandes, da secretaria municipal de educação de Bonito, contou que a discussão fez com que tirasse o "peso da concorrência" que acaba vindo junto com o Ideb. "Temos muito para buscar nesse processo de reolhar. Nosso olhar deve ser perscrutador, apresentar a escola para ela mesma. Só tenho a agradecer ao IAT e aos demais colegas". 

Formação Continuada 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira, realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares e Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação. A ação, que conta com a parceria da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. Por conta da pandemia do Coronavírus, toda a formação acontece num ambiente virtual.

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