Professora Gizelia Barbosa promove práticas que evidenciam os sujeitos e suas afetividades

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Foto: Arquivo Pessoal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Ousar é a minha prática! Eu procuro fazer com que as pessoas se vejam”, assim a professora Gizelia Celiane Barbosa, professora da rede estadual, há 29 anos, define a sua atuação profissional. Trabalhando com Língua Portuguesa e Sociologia no Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (Cetep SSF), em Juazeiro, a professora leva questões de gênero, sexualidade, raça e desigualdade social para sala de aula e para os espaços de debate e experimentação artístico-cultural que promove na unidade.
 
“A importância de trabalhar com temas transversais é perceber o outro, que ele é sujeito, que ele tem afeto, tem emoções”, explica a professora Gizelia, que também nos fala sobre os resultados já percebidos na escola. “O primeiro impacto é você ter alunos que antes eram agredidos por seus pares, ou que viviam conflitos existenciais em casa e não conseguiam se expressar, e que atualmente já conseguem se colocar diante da sociedade e se afirmarem como sujeitos”.
 
 
A importância de trabalhar com temas transversais é perceber o outro, que ele é sujeito, que ele tem afeto, tem emoções - Gizelia Barbosa
 
Estudante do 4º ano do curso de Agricultura, Leonardo Araujo, 17 anos, acredita que o conjunto de atividades desenvolvido pela professora Gizelia tem forte impacto na sua formação como sujeito social e político. “A gente sempre traz a realidade para dentro da escola. Nós, alunos, aprendemos muito ao nos aprofundarmos nos trabalhos propostos, descobrindo questões que nem imaginávamos”, relata. Alexandre da Conceição, 16 anos, aluno do curso de Informática, destaca um dos projetos desenvolvidos por Gizelia, o Sarau Poético, “é muito interessante, abrange vários aspectos que não são trabalhados em sala de aula e promove a inclusão na escola”. 
 
Para o professor Gilmar Santos, vice-diretor do Cetep SSF, o Sarau Poético “merece todo apoio da gestão escolar e da comunidade educativa, à medida que estimula os estudantes a valorizarem a cultura local e nacional, nas suas múltiplas manifestações, e fortalece elementos da nossa identidade, tão comprometidos pela indústria cultural. É uma oportunidade, também, de afirmar a importância dos processos culturais e artísticos para a formação dos estudantes da educação profissional, evitando, assim, a visão tecnicista do mundo do trabalho, onde a cultura e a arte são, muitas vezes, marginalizadas”, conclui Gilmar.
Fotos: Arquivo pessoal
Sobre a escolha de ser professora, Gizelia não tem dúvidas, “para mim, ser professora nunca foi fácil. Mas se tivesse que começar tudo de novo, eu começaria. Com as dores, as tristezas e as várias alegrias, o que me completa é encontrar com meus ex-alunos, em vários universos profissionais, que me dizem: você foi importante, você fez a diferença na minha vida!”. 
 
 
 
 
 

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