Professores dialogam sobre relações étnico-raciais no espaço escolar

Foto: acervo pessoal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para trocar experiências e refletir sobre a construção de um Currículo Multicultural no âmbito escolar, os professores do Colégio Estadual Professor George Fragoso Modesto, no bairro Mata Escura, em Salvador, estão participando nestas quinta (10) e sexta-feira (11), das 08h30 às 11h45, do I Encontro Dialogando sobre Relações Étnico-Raciais no Espaço Escolar: uma abordagem reflexiva. O colégio, premiado pelo Ministério da Educação (MEC) como a segunda melhor unidade de sistema prisional do País em 2014, é voltado para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) de detentos e funciona nos três turnos.

Resultado de um convênio entre a Secretaria da Educação do Estado da Bahia e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a unidade de ensino desenvolve um trabalho de conscientização sobre questões étnico-raciais, por meio de ações e atividades como debates, palestras e oficinas. São iniciativas pautadas na ressocialização dos alunos com a construção de novos saberes nos contextos educacional e social.

De acordo com a coordenadora pedagógica, Eridan Bastos, o encontro foi motivado para que os professores pudessem fazer uma reflexão sobre as questões étnico-raciais, para ações do projeto “A Cor do Brasil”. O projeto foi criado pela unidade em 2012 e possibilita que os estudantes trabalhem de forma crítica com conceitos e referências afrodescendentes. “Estamos fazendo uma reflexão crítica e política para trabalhar de forma diferenciada com o aluno em sala de aula, desconstruíndo algumas mazelas que vêm sendo feitas com relação à África”, afirma a educadora.

Foto: acervo pessoal
O professor de História, Fábio Carvalho da Hora, destaca que, na era da informação, os educadores devem ir além dos limites estabelecidos pelas disciplinas, para produzirem conteúdos mais amplos, específicos e interdisciplinares. “É preciso abordar as relações étnico-raciais no espaço escolar, ressignificando o currículo na perspectiva de torná-lo mais afrocentrado”, ressalta.

Já o professor de Geografia, Evandro Vilas Boas Coelho, afirma que o diálogo entre os professores é enriquecedor porque permite a troca de experiências sobre a temática trabalhada. “É uma forma de olhar a questão étnico-racial com outras perspectivas, saindo de uma visão unilateral para um foco mais plural. A partir dessas discussões iremos fazer uma análise do nosso alunado e tentar criar uma nova forma de trabalhar nos currículos a questão da africanidade no Brasil, com base na nossa vivência em sala de aula”, explica Evandro Coelho.

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