Em comemoração ao Novembro Negro, uma iniciativa realizada no Colégio Estadual Helena Celestino Magalhães, situado no bairro IAPI, em Salvador, se destaca. Lá os estudantes refletem e debatem sobre as nações africanas para a compreensão das relações histórico-culturais do Brasil. A provocação é feita pela professora de História, Márcia Regina da Silva Paim, que sempre foi engajada nas questões voltadas para a valorização da identidade racial. 

 

Atuando há mais de cinco anos nesta unidade escolar, as aulas têm como foco a questão étnico-racial. “Meu objetivo é fazer com que os alunos desmitifiquem a ideia de que o negro é sempre excluído”, disse a educadora. Mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), a professora procura sempre trabalhar, nas suas aulas, o reconhecimento dos estudantes com relação à identidade racial através de rodas de conversas e atividades extraescola. “O aluno faz uma reflexão de quem é ele, de onde veio e qual o seu papel na sociedade e, com isso, aumenta a sua autoestima”.

David Santos, 17 anos, do 2º ano, declara que passou a se valorizar mais como cidadão devido aos constantes debates realizados por Márcia em sala de aula. “Ela é uma professora que, além de ensinar, conversa sobre diversos assuntos que tem a ver com o nosso dia a dia”. Sua colega, Juliana Sales Pires, 17, diz que gosta muito das aulas vivas que a professora promove em ambientes externos. “Tivemos a oportunidade de aprender mais sobre a Revolta dos Búzios em uma aula na Praça Castro Alves e isso foi muito bom. Ela é uma professora exigente, que se preocupa com o nosso aprendizado”, afirma.

 

De acordo com o diretor do colégio, Perieldo Jesus de Barros, Márcia Regina Paim possui uma metodologia que não se restringe à formação intelectual do aluno. “Ela busca uma formação na integralidade, tanto social, cultural e humana dos nossos estudantes”, comentou o gestor.