Professora desenvolve jogo para o ensino da história da África

O Dia da África (25 de maio) está sendo marcado por várias ações nas escolas da rede estadual. No Colégio Estadual Alfredo Magalhães, localizado no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, a tecnologia aliada à história, resultou no projeto multidisciplinar “África e Bahia, um olhar através da ancestralidade”. Com isso, os estudantes do 8° e 9° ano, encontraram no jogo eletrônico Minecraft uma forma divertida de aprender História. Utilizando a criatividade e os conhecimentos obtidos na sala de aula, os estudantes simularam um quilombo no ambiente virtual do jogo.
 
No jogo foram trabalhados a Diáspora Africana e o Quilombo como formas de resistência negra no período em que ocorreu o sistema de escravidão no Brasil. Por meio de diversas ferramentas e cubos de montagem, os estudantes recriaram os ambientes do quilombo como abrigos, lagos, vegetação, barreiras de proteção, além de personagens e animais. “Foi muito divertido passar para dentro do jogo o que estudamos, pois, pudemos entender melhor como funciona um quilombo e isso ajudou no nosso aprendizado”, conta o estudante do 9° ano, Leonardo Galvão, 13 anos.
 
Fotos: Acervo pessoal
O trabalho ganhou notoriedade ao ser indicado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) para o Congresso Mundial Sobre Recursos Educacionais Abertos, na Polônia. Embora tenha sido idealizado e coordenado pela professora de História, Maria Antônia Lima Gomes, o Minecraft envolve também as disciplinas de Geografia e Artes.
 
“A atividade é importante porque trabalha a tecnologia digital da informação, que já é uma realidade entre os estudantes, em associação com a História e o contexto social deles, pois, tiveram contato com uma forma de resistência que foi importante para a nossa ancestralidade”, destaca a professora de História mestre em Modelagem Computacional, Maria Antônia Lima Gomes. Ela também ressalta que “independente do reconhecimento externo com o convite para o congresso internacional, esse trabalho ajuda a difundir o conhecimento através da prática dos estudantes”.
 
De acordo com a professora, ao longo da construção do projeto, os estudantes tiveram conhecimento sobre áreas quilombolas onde hoje se encontram os bairros de Cajazeiras, Pirajá, Cabula, Matatu de Brotas, Itapuã e o Alto da Sereia, situado no Rio Vermelho. “Fiquei surpreso ao saber que no bairro onde estudamos existia um quilombo e isso deu mais inspiração para desenvolver o nosso quilombo ao pesquisar mais sobre o assunto”, afirma o estudante Odilon Felipe Moura, 15 anos, que também cursa o 9º ano.

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