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Lançamento do livro 'Ivete Oliveira - Ícone da Enfermagem no Brasil'
O mês de maio marca a morte da baiana Anna Néri (1814-1880), considerada símbolo da enfermagem baiana. Marcando a passagem da data a Universidade Federal da Bahia sedia no dia 8 de maio de 2012, às 19h, no Palácio da Reitoria, o lançamento do livro 'Ivete Oliveira - Ícone da Enfermagem no Brasil'.
No livro biográfico se encontra parte da história da enfermagem na Bahia e no Brasil, já que além de professora emérita da UFBA, a também baiana Maria Ivete Oliveira foi diretora da Escola de Enfermagem dessa universidade, primeira baiana presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Trata-se de uma homenagem In Memoriam.
"Notável enfermeira baiana, Ivete Oliveira foi uma das mais expressivas lideranças femininas da Bahia, quiçá do Brasil, tendo marcado sua trajetória existencial com exemplos de trabalho, dignidade, senso de responsabilidade e liderança incontestável", afirma a presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Consuelo Pondé de Sena.
Para a presidente do IGHB este livro permite rememorar a figura exemplar da pioneira da enfermagem no Brasil, Anna Neri, baiana de Cachoeira, cognominada 'a mãe dos brasileiros', cujo exemplo de heroísmo, coragem e desprendimento é constantemente recordado como modelo imperecível de bravura e generosidade. "Com certeza em um perfil como este, admirável, espelhou-se Maria Ivete Oliveira, digna sucessora da heroína baiana da Guerra do Paraguai", diz Pondé de Sena.
Ivete Oliveira foi ainda Presidenta do Instituto de Assistência e Previdência do Servidor do Estado da Bahia, o antigo IAPSEB, de 1988 a 1990, quando foram elaborados um sistema de saúde e um plano atuarial para o Instituto. E a primeira mulher a ocupar cargo de Secretária de Estado na história da Bahia, assumindo a pasta do Trabalho em Bem Estar Social de 1975 a 1979.
"Ela exerceu as presidências na ABEn e COFEN com raro brilho, deixando imenso legado de realizações para todos os enfermeiros de sua geração e futuras. Jamais se furtou a um chamado da classe para dar sua contribuição, por mais penoso e trabalhoso que fosse o cargo ou a responsabilidade que teria que assumir", relata a ex-diretora Executiva Adjunta do Conselho Internacional de Enfermeiras (Genebra, Suíça) e presidente da Academia Brasileira de História da Enfermagem (2010-2012), Taka Oguisso.
Professora titular da Universidade de São Paulo (USP), Oguisso, destaca a característica de Ivete para assumir desafios de qualquer natureza e de todos os tipos. "Nessas organizações que citei, Ivete Oliveira dedicou seu enorme talento como líder, administradora e negociadora em benefício da classe da Enfermagem no Brasil", lembra Oguisso.
Graduada em Enfermagem pela UFBA, Maria Ivete cursou pós-graduação em Pedagogia na Universidade de Boston e Metodologia da Pesquisa na Universidade da Califórnia, entre 1950 e 1970, nos Estados Unidos. Foi vencedora de duas seleções da Fundação Rockefeller, bolsista da Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS). Participou de trabalhos e experiências em outras instituições como a Universidade da Flórida, em Gansville (EUA), e na Universidade Del Valle, em Cali, na Colômbia.
Dessas experiências internacionais trouxe para a Bahia contribuições, inovando e implementando novas ações na UFBA, como o Projeto Integração Docente-Assistencial e, depois, em vários cargos do Governo do Estado, Associação Comercial da Bahia e Banco da Mulher.
História - Ana Justina Ferreira Nery (dezembro 1814 - maio 1880), nasceu na cidade de Cachoeira, Bahia. Mesmo sem formação profissional - que antes não existia e era exercida por religiosas - Anna Nery ficou, a ponto da primeira escola oficial de enfermagem do Brasil, fundada por Carlos Chagas em 1923, receber seu nome em 1926 como homenagem. Hoje é a Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Anna Nery casou-se aos 23 anos com o capitão-de-fragata Isidoro Nery. Teve três filhos, Justiniano e Antônio Pedro, que se formaram em Medicina, e Isidoro Filho que se tornou militar. Ao ver a partida de filhos e sobrinho para a Guerra do Paraguai (1864-1870), se tornou voluntária no atendimento aos feridos.
Antes de partir, aprendeu lições e maneiras de como cuidar de doentes no Rio Grande do Sul, com as Irmãs de Caridade São Vicente de Paulo, com período de estágio para convalescentes da guerra, em Salto na Argentina. Ao retornar da guerra trouxe consigo seis órfãos do Paraguai para criá-los. Recebeu uma coroa de louros cravejada de brilhantes como homenagem e ficou conhecida popularmente como "Mãe dos Brasileiros". Faleceu em 20 de maio de 1880, aos 65 anos de idade, no Rio de Janeiro. Após sua morte, ainda ocorreram diversas homenagens, dentre elas em 1919, pela Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, em Paris, que a reconheceu como pioneira da Enfermagem Brasileira e precursora da Cruz Vermelha Brasileira.
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