IAT promove novo encontro para formadores com consultoria do Instituto Vera Cruz

Palavras-chave:

O Plano de Formação Continuada Territorial da Secretaria de Educação do Estado da Bahia traz em seu escopo o investimento contínuo em atividades de formação dos formadores através de consultorias especializadas em diversos temas e áreas do conhecimento. O Instituto Vera Cruz (IVC) é um destes parceiros, cujo trabalho promove o fortalecimento dos conhecimentos didáticos nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, através de uma série de encontros realizados mensalmente com os 127 formadores do Instituto Anísio Teixeira (IAT), órgão responsável pelo plano.

Na quarta e quinta, 7 e 8 de julho, os formadores participaram de mais um encontro focado na didática da Matemática e Língua Portuguesa, orientados pelos consultores Carla Milhossi, Samuel Duarte, Marly Barbosa e Ângela Kim. As discussões com o grupo objetivaram orientar os formadores no trabalho com os coordenadores pedagógicos, explorando a sua função como gestores de aprendizagem em ambas as áreas do conhecimento.

 

Desta vez, os formadores que elaboraram as pautas formativas de Língua Portuguesa no encontro anterior, puderam socializar a sua construção e aplicação. Já na Matemática, os educadores se debruçaram sobre a elaboração de uma nova pauta que servirá de base para os encontros formativos que ocorrerão no mês de julho entre os formadores e as duplas gestoras participantes.

Janaina Barros foi uma das formadoras que aplicou a pauta formativa de Língua Portuguesa construída em grupo no seu encontro com os coordenadores. Além de trabalhar as mídias digitais, ela conta que levou para a pauta os projetos institucionais com foco nos problemas de escrita. “O diretor escolar e o coordenador precisam se reinventar e na produção textual, isso pode ser feito a partir dos próprios saberes do grupo, como a expertise dos professores que gostam de escrever.” Defendendo o direito à escrita como inegociável, Janaina acrescentou que é preciso orientar o coordenador para enxergar os desafios da produção de texto na escola. “Formação surge em demandas que estão dentro da escola. Escrever é um ato político, por isso precisamos de uma escola engajada com isso, em que o coordenador se dê conta de que o que está invisível para o professor é exatamente a deficiência dele”.

Lília Rezende, formadora, acrescentou que é necessário entender o que significa a leitura e produção de texto tanto para o coordenador quanto para o professor. Para ela, é necessário que a formação contribua para que eles possam reconceitualizar estes termos. “Quando se trata de produção escrita, a gente precisa ajudar a fazer chegar aos professores um novo conceito. É importante a compreensão de qual a linguagem, qual o conceito e para que se escreve. Essa concepção compreende situações em que professores possam analisar o que tem e o que falta nas produções dos estudantes.”

Os formadores analisaram em conjunto o resultado de uma pesquisa envolvendo adolescentes com idades entre 12 e 17 anos, com trajetórias marcadas pelo fracasso escolar. A situação-problema envolvia a prática de produção de textos, trazendo comentários dos estudantes sobre a escrita. A partir dessas considerações, puderam inferir dificuldades e obstáculos enfrentados por coordenadores e professores nesta escola, o que sustentou a elaboração de um plano de ação para solucionar a questão. Os problemas relacionados às habilidades escritoras fazem parte dos obstáculos enfrentados diariamente por coordenadores pedagógicos. “Essa sistematização coletiva vai nos ajudar bastante na organização da pauta, contextualizada à nossa realidade de atuação”, agradeceu Patrícia Coelho, a partir dos resultados dos planos de ação desenvolvidos em grupo.

Foco na didática da matemática

Os encontros de matemática com os consultores Carla Milhossi e Samuel Duarte foram abertos com a leitura de um trecho de uma entrevista do pesquisador francês Gérard Vergnaud, referência na didática da matemática e falecido em junho passado. Na entrevista, Vergnaud fala sobre a importância de desafiar os estudantes com situações nas quais precisem desenvolver conceitos e ferramentas, para que aprendam. 

Na sequência, os formadores se dividiram em grupos por Núcleo Territorial de Educação (NTE) para a produção colaborativa das pautas que serão levadas neste mês para os encontros formativos com os coordenadores pedagógicos.  Os formadores escolheram os temas que irão nortear as pautas a partir de uma série de critérios, como a relevância da temática nos territórios, a conexão com o cotidiano dos estudantes e a proximidade com as avaliações externas.  

 

Carla lembrou que o fundamental é voltar o olhar para a didática da matemática, mais do que para os conteúdos matemáticos. "A gente precisa mudar esse foco. O conteúdo é o plano de fundo para tematizar algo, para comparar quais são as propostas mais potentes, pensar nas intervenções com os estudantes. Nosso olhar tem que estar mais voltado para os caminhos didáticos do que como resolver esse problema matematicamente". 

 

A formadora Cecília Mascarenhas contou que adorou a dimensão coletiva da construção das pautas formativas. "Mais do que nunca, essas interações são essenciais. É uma forma da gente se ajudar, se proteger, socializar mecanismos. É muito difícil quando você está sozinho. Os gestores escolares e coordenadores pedagógicos estão vivenciando grandes desafios, então nós temos que fazer dos momentos de formação os mais práticos e dinâmicos possíveis, e buscarmos as soluções juntos". 

Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. Por conta da pandemia do Coronavírus, a formação acontece em ambiente virtual, reunindo mais de 8 mil educadores e técnicos de 414 municípios dos 27 Territórios de Identidade da Bahia.

 

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