O Instituto Anísio Teixeira (IAT), em parceria com a Secretaria da Educação (SEC), promoveu, no dia 6 de agosto, mais uma série de videoconferências com palestras temáticas sobre a língua portuguesa e matemática.

O evento faz parte do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR) e tem como objetivo aproximar o professor das metodologias voltadas para o ensino.

Língua, cultura e ensino foi um dos temas, comandado pelos doutores em língua portuguesa, Marcos Bagno (UNB) e Dante Luchesi (UFBA). Além disso, o doutor Cristiano Alberto Muniz, especialista em matemática e atual vice-diretor da faculdade de educação da Universidade de Brasília e presidente da Sociedade Brasileira em Educação Matemática,  falou sobre a importância da mediação, o outro tema do encontro.

Segundo Lucchesi, as pessoas não escrevem como falam e nem falam como escrevem.  A tarefa do professor de português ficou muito mais difícil, pois, além de ensinar a sociedade como escrever, deve também ensinar a falar a língua como ela acha que deve ser. “A gente saiu do pedestal da autoridade, que diz o que é errado, atendendo à demanda da sociedade que vive no dogmatismo e no obscuro, em relação à língua, e assumiu o desafio de mostrar a língua como ela é”, disse Lucchesi. “Na Bahia, a linguagem é extremamente variável, dependendo até do bairro onde moram, as pessoas falam de maneira diferente”, ressaltou Bagno.

Marcos salientou, também, a questão da necessidade da formação dos estudos da linguagem por professores de língua portuguesa e como aplicá-las em sala de aula. “A gente tem que incentivar o aluno a criar a capacidade de leitura e de produção de texto, refletindo sobre a língua. Mas refletir sobre a língua não é decoreba das definições gramaticais, até porque essas definições são problemáticas, variam de uma escola para outra”, falou Bagno.

Cristiano Muniz trouxe para o debate as necessidades diante de uma formação continuada, segundo a complexidade do trabalho do profissional matemático, além dos desafios do ensino da matéria em escolas púbicas. Ele falou sobre o significado da mediação e ressaltou que uma das grandes necessidades do professor é realizar a mediação no sentido da provocação. “O papel da escola, e do professor, é disparar um processo onde o sujeito queira aprender e produzir conhecimento”, concluiu.

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