Formadores do Plano de Formação Continuada participam de plantão pedagógico com o Instituto Vera Cruz

Palavras-chave:
A curiosidade pode ser definida como grande vontade de saber. Na esfera educacional, esse desejo incontido de descobrir, entender, adquirir conhecimento é apreciado, não apenas entre os estudantes, mas também entre docentes e outros profissionais da comunidade escolar. Essa temática, embasada pela leitura e estudo do texto ‘Ensinar Exige Curiosidade’ de Paulo Freire, abriu o plantão pedagógico do Instituto Vera Cruz (IVC) com os formadores e articuladores do Plano de Formação Continuada Territorial da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, gerido pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT).
 
Durante essa sexta-feira, 27/5, conduzidos pelos consultores Samuel Duarte, na área de matemática, e Marly Barbosa, em língua portuguesa, a equipe pedagógica do IAT fez uma viagem sobre a importância das perguntas no processo formativo, em todas as suas dimensões: a formação dos formadores do instituto, a formação dos coordenadores pedagógicos e gestores escolares e, não menos importante, a formação destes coordenadores pedagógicos com os seus professores, etapa cujo resultado é a principal meta do plano: a formação plena dos estudantes das redes de ensino de toda a Bahia.
 
Um dos objetivos principais do encontro, além da troca de experiências relacionadas ao processo formativo com os educadores, foi analisar algumas perguntas propostas em pautas formativas, identificando a importância dos questionamentos produtivos no processo de formação, além de entender as questões mais recorrentes entre os coordenadores. 
 
Durante o encontro de matemática, no turno matutino, Samuel relembrou sua experiência escolar, quando a validade acadêmica se dava através dos acertos e onde não havia muito espaço para questionamentos de qualquer natureza. “O erro não era de interesse da escola. Hoje, valorizamos as respostas, confrontamos as respostas erradas e certas no processo de formação.”
 
Na perspectiva dos formadores participantes, o erro demonstra, muitas vezes, a construção de hipóteses dos estudantes que, independente do  resultado, mostra a linha de raciocínio utilizada por eles. A formadora Rafaela Oliveira é uma das que concorda com a valorização das estratégias dos estudantes. “O grande desafio do educador é desenvolver o potencial criativo e crítico do sujeito e o melhor caminho para isso são as perguntas”, defende.
 
Tanto em matemática quanto em língua portuguesa, os formadores analisaram, em conjunto, algumas perguntas registradas em pautas formativas, com o objetivo de entender a intenção e objetivo dessas questões, as respostas que elas podem mobilizar, além de possíveis desdobramentos teóricos que possam potencializar as suas intencionalidades.
 
Uma ampla discussão que, em língua portuguesa, também abarcou o compromisso de potencializar a leitura e produção textual em todas as áreas do conhecimento. Marly Barbosa enfatizou a importância do repertório de cada área como base para investimentos na leitura e escrita. “As áreas podem e devem oferecer repertório temático sem esquecer que a leitura é uma das práticas fundantes, perpassa todas elas, até mesmo educação física.” A formadora Maria Carolina foi categórica, ao concordar: “Leitura é conteúdo.” 
 
Ilustrando com uma ação efetiva, a formadora Michelle Rios apresentou a nova atividade que será implantada na escola onde trabalha como coordenadora: “Na minha escola, vamos implementar a formação leitora em todas as disciplinas. Diariamente, na primeira aula, haverá de 10 a 15 minutos de formação leitora. Teremos o baú da leitura, onde os professores colocarão os textos e livros para cada ano e este baú, todos os dias, irá para a sala.”
 
Rosângela Maria Almeida, participante do encontro, acredita que as discussões tratadas no plantão ajudarão a estimular o diálogo dos coordenadores com os professores sobre a importância de aguçar a curiosidade dos alunos, além de despertar a importância dessas práticas de leitura. “O exercício formativo realizado hoje nos permite, junto aos coordenadores, analisar perguntas presentes não apenas em pautas formativas, mas na atuação do coordenador, conhecer as intencionalidades dos planejamentos e entender práticas e habilidades a serem desenvolvidas.”
 
 
Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 
 
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. A formação reúne mais de 9 mil educadores e técnicos de todos os municípios dos 27 Territórios de Identidade da Bahia.

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