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Formação para estudantes deficientes visuais inclui tecnologia e cálculos
Técnicas para o uso do instrumento de cálculo Soroban e tecnologia assistiva foram temas do quarto módulo da Formação em Atendimento Educacional Especializado (AEE) para estudantes com deficiência visual. A formação é uma iniciativa da Secretaria da Educação, realizada por meio do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP) e do Instituto Anísio Teixeira (IAT). A atividade realizada entre os dias 26 e 30 de setembro contou com a participação de professores da rede estadual e municipal de ensino da capital e do interior.
O deficiente visual e professor do CAP, José Márcio Soares Nunes, explica que objetivo do curso é formar professores para atuarem nas salas de recursos multifuncionais (como as do CAP) e também na escola regular. “Eles precisam ter noções gerais dos recursos disponíveis. A partir deste conhecimento, fomenta-se uma parceria entre o professor que atua na sala de recursos, o da regular e o próprio estudante para que o processo de inclusão seja mais efetivo”, afirmou.
Para a professora do Instituto dos Cegos da Bahia (ICB), Evanise Daltro, a formação tem influenciado a sua vida profissional e pessoal. “Depois do curso tenho outro olhar e postura em relação ao meu aluno, colegas e com a vida. Estou uma pessoa mais atenta”, conta. Além disso, avalia que a inclusão oferece resultados positivos não só para os cegos. “Quando você se relaciona bem com o deficiente visual, você está de bem com o mundo. Tudo que cabe para incluir, cabe para todos”, pontua.
Sobre o uso do Soroban, a coordenadora de formação e professora do CAP, Cátia Paim da Cruz, esclarece que o instrumento é uma adaptação do Ábaco, um antigo equipamento chinês usado para cálculos. “Este equipamento é utilizado nas quatro operações matemáticas, mas é possível fazer fatoração e raiz quadrada. É um recurso que serve para o estudante registrar os números e fazer o cálculo”, informa.
Entretanto, salienta que ao contrário do que se pensa, o Soroban não oferece a resposta da operação e que para solucionar o estudante precisa ter o domínio da tabuada para fazer o cálculo mental. Além disso, destaca que o instrumento pode ser usado pelos deficientes visuais em concursos e provas como o Enem.
Sobre técnica assistiva, a coordenadora menciona que os professores estão sendo capacitados para uso do programa Dosvox. Trata-se de um aplicativo gratuito, chamado de ledor de tela e que oraliza textos para deficientes visuais.
Ao ser questionado sobre desenvolvimento do curso, o diretor do CAP, River Carvalho de Azevedo Santana, observa que os objetivos estão sendo alcançados. “Continuamos na proposta de ampliar a rede de profissionais. É necessário que a sociedade conheça além da pedagogia, a causa da inclusão que abraçamos”, declarou.
Sobre a formação – O Curso de Atendimento Educacional Especializado (AEE) promovido pelo Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP), em parceria com o IAT, é uma formação anual, possui carga horária de 200 horas, dividida em cinco módulos.
Nos módulos anteriores foram abordados os temas de Legislação e Baixa Visão, Sistema Braille, Orientação e Mobilidade e Atividade para Vida Autônoma (AVA).
O quinto e último módulo, que será realizada de 23 a 27/09 no CAP, tratará de Adaptação de Materiais e Estágio de Observação.
Para participar dos cursos oferecidos pelo CAP, é necessário enviar solicitação para o e-mail formacaocapdv@gmail.com ou pelo telefone 3422-4133 ou 3321-3014. Inscrições são abertas ao público, com prioridade para professores da rede estadual e municipal.
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