Formação continuada: educadores técnicos da Bahia discutem referenciais curriculares e identidade profissional

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Cerca de 600 educadores, que fazem parte das equipes técnicas das secretarias de educação de toda a Bahia, participaram nesta semana do primeiro encontro do Plano de Formação Continuada Territorial do ano. O plano é promovido desde 2019 pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT). As reuniões aconteceram presencialmente no IAT nos dias 21 e 22 de março, para o primeiro grupo de educadores, e nos dias 24 e 25/3, para o segundo grupo. Durante o encontro, eles trocaram experiências e refletiram sobre a identidade profissional do educador técnico e sobre os referenciais curriculares das redes municipais e da rede estadual.

 

O secretário de educação Jerônimo Rodrigues fez questão de comparecer aos encontros para saudar os presentes.  “Quero agradecer por essa parceria. Uma ação como essa, de formação continuada, além de nos dar conteúdo, nos dá estímulo. E hoje nós estamos aqui com um público que sempre bota a cara na educação, e que têm um papel fundamental. É importante que a gente possa compreender os papéis de cada um. Espero que com essa formação a gente possa criar coragem, ânimo, para que a nossa energia depositada no processo educativo seja ainda mais qualificada e fortalecida”. 

 

 

Cybele Amado, diretora-geral do IAT, exaltou a parceria entre a rede estadual e as redes municipais e agradeceu aos parceiros que tornam possível o plano de formação continuada. "Nós estamos em regime de colaboração e esse nosso encontro, a nossa perspectiva de estarmos juntos, com parceiros como a Undime, com a UPB, com o Itaú Social, numa construção histórica, com as redes municipais e estadual, mostra que é possível mudar a educação. Estamos mostrando que quando estado e municípios se unem, de forma apartidária, é possível! É como aquele provérbio africano: ‘É preciso toda uma aldeia para educar uma criança’”, disse, emocionada.

 

O educador Stéfano Couto Monteiro, que atua na secretaria de Santa Cruz Cabrália, a 700 km de Salvador, passou a noite inteira viajando para participar do encontro. “Foram 12, 13 horas de ônibus para estar aqui e aprender com os melhores. Vim para trocar experiências, para olhar cada um nos olhos, para me provocar e me inspirar”, contou. 

 

Esse também era o objetivo de Eurenice Assunção, que trabalha na secretaria de Teolândia. Ela ficou feliz com a possibilidade de reencontrar os colegas pessoalmente. “Esse momento de reencontro é muito bom, muito importante. É um recomeço, mesmo. Dá uma sensação de liberdade, de esperança. Estou me sentindo renovada”. Eurenice começou a formação em 2020, na turma dos coordenadores pedagógicos, e no ano passado, com o convite para integrar a equipe da secretaria, mudou para o grupo dos educadores técnicos. “A formação contribuiu bastante na minha atuação como coordenadora. Tudo era realmente voltado para a prática pedagógica e a gente levava para o chão da escola. Fiz vários trabalhos com sucesso baseado nas orientações que ouvi na formação. E como técnica não foi diferente. Me sinto muito fortalecida pelo que aprendo aqui”. 

 

Micheli Cruz, coordenadora de formação de profissionais de educação do IAT, falou sobre a importância dos educadores técnicos refletirem sobre sua função, rotina e práticas. “Nós buscamos potencializar a compreensão desses sujeitos dentro de um sistema de ensino. Eles precisam ter a compreensão clara, a lucidez da importância do seu papel e de como ele precisa estar articulado com a gestão escolar, com o diretor, com o coordenador, de forma democrática, escutando a escola, e não simplesmente verticalizando legislação, pondo em prática o que está dito em portarias, em decretos, mas sim refletindo de forma crítica, buscando possibilidades de adequação”. 

 

Micheli também contou que a discussão sobre referenciais curriculares que aconteceu nesta semana será revisitada nos encontros com diretores escolares e coordenadores pedagógicos, que se reunirão presencialmente nos 27 territórios de identidade da Bahia. “A intenção aqui foi discutir como os referenciais curriculares das redes municipais e da rede estadual podem e devem ser administrados, geridos pelos técnicos das secretarias, para que possam ser implementados pelas escolas da maneira mais orgânica possível. Na próxima semana, estaremos com os diretores escolares e coordenadores pedagógicos pensando como esse currículo se materializa na unidade escolar, com reflexões sobre planos de aulas e sequências didáticas”.

 

Uma novidade na formação continuada deste ano é que os coordenadores pedagógicos também irão se aprofundar nos conhecimentos didáticos das ciências humanas e das ciências naturais, para além da Língua Portuguesa e da Matemática, que já eram trabalhadas nos anos anteriores. 


 

Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial 

 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE). A ação, que conta com o apoio da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e parceria do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. A formação reúne mais de 8 mil educadores e técnicos de todos os municípios dos 27 Territórios de Identidade da Bahia.

 

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