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Face levanta torcida de cinco mil pessoas - cobertura
Três canções, das 15 que chegaram à grande final da 4ª edição do Festival Anual da Canção Estudantil (Face), realizada em 24/11, na Concha Acústica do TCA, em Salvador, foram selecionadas. Cada autor recebeu um teclado.
"De Sobradinho a Salvador", de Jonathan Batista Nascimento (Colégio Estadual Jorge Khoury, em Sobradinho), "Sonho de Criança", de Joevilterson Cássio Fernandes dos Santos (Centro Estadual de Educação Profissional, em Guanambi) e "Retratos", de Ana Beatriz Santos Padilha (Centro Territorial de Educação Profissional Velho Chico, em Ibotirama).
Foram premiados, ainda, com um violão, os melhores intérpretes (feminino e masculino): Ana Beatriz e Joevilterson Cássio. Cada um levou um violão. Ao receber o prêmio, Joelvilterson não conteve a emoção e discursou: “Participo desde o primeiro ano do Face, que é incrível porque reflete na sociedade por meio das músicas críticas, na busca de uma realidade melhor. O festival incentivou os estudantes a ler mais e a querer saber sobre os autores e sobre as várias escolas de arte”.
O secretário da Educação do Estado, Osvaldo Barreto, prestigiou a finalização do Face pelo terceiro ano consecutivo e se mostrou feliz com o resultado. “Cada vez que venho aqui me emociono com a qualidade das músicas, com o desempenho dos intérpretes. Tenho certeza de que este é um movimento que marca a vida dos estudantes e de que o mais importante não é este grande final, mas o efeito que todo este processo provoca nas escolas”.
A riqueza cultural do Face entusiasmou o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim. “É muito interessante porque consegue mobilizar a escola pelo lado cultural, faz um casamento maravilhoso entre educação e cultura. É genial ver a juventude cantando, dançando, apresentando suas criações”.
A estudante Adriane Alves, que junto a Jorge Bitencourt, do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição (de Varzedo) deu vida ao rap Musica é arte (de Slonne Stephanie Souza), representou o entusiasmo dos participantes do Face. “A musica é a única forma de expressar o sentimento de um jeito que todo mundo gosta, que todo mundo entende”, disse.
Torcida – A torcida deu um show à parte na festa que marcou a grande final dessa edição do Face, e reuniu cerca de cinco mil pessoas, numa homenagem ao Ano Internacional dos Afrodescendentes, iniciada pelo Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Acompanhados de familiares e educadores, os estudantes vieram em caravanas da capital e de vários municípios do interior baiano. Munidos de faixas, cartazes e camisetas padronizadas, eles entoaram gritos e acompanharam as canções finalistas quase que com a mesma emoção de quem estava no palco.
A quarta edição do Face foi apresentada pelo ator Caco Monteiro e pela primeira- dama do Estado, Fátima Mendonça. O festiva teve direção musical de Luciano Bahia, direção artística de Mariana Freire, preparação vocal de Manuela Rodrigues, direção de TV de Walter Silveira e produção da Pau Viola. A banda Pirigulino Babilake encerrou o evento.
Júri – Fizeram parte do júri os cantores, e compositores Jota Veloso e Lazzo Matumbi; o vocalista da banda Motumba, Alexandre Guedes; o conselheiro de Cultura, Washington Queiroz; o doutor em literatura, Osmar Moreira (Uneb); a professora do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, Ana Rosa Ramos; a superintendente de desenvolvimento da Educação Básica do Estado da Bahia, Amélia Maraux, e o ex-diretor da Diretoria de Currículos Especiais da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Paulo Valente.
“Incluir as artes no cotidiano escolar é uma incumbência do Estado e é bom que ele esteja fazendo e cumprindo. A arte pode levar as pessoas a utilizarem melhor o pensamento. Não é só escola boa e dinheiro que fazem a sociedade vencer. É preciso ter um olhar artístico para a vida, para o trabalho, para a profissão e para a existência, para que a gente possa ser melhor um com o outro”, comentou Jota Velloso.
O engajamento e o cunho social da produção dos estudantes chamaram a atenção da professora Ana Rosa Ramos. “Há um diálogo muito presente com o documentalismo, um aspecto reportagem do cotidiano que está sendo questionado, criticado. É a solicitação de uma revisão e reversão de uma realidade que incomoda. Por outro lado, há o diálogo com a literatura, que me deixa feliz e me faz acreditar na Educação da Bahia, no que os meus colegas professores estão passando e no potencial desta juventude.
Mais de 1 milhão – O Face 2011 mobilizou 1200 escolas públicas estaduais em 398 municípios da Bahia. Mais de 1 milhão de estudantes participaram do projeto desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado, no decorrer do ano letivo. À frente da realização do projeto, a coordenadora de Projetos Especiais da Secretaria da Educação do Estado, Nide Nobre lembrou a importância dos 1200 festivais escolares e dos 33 festivais regionais. “Podemos fazer muitas primaveras, muitos verões porque a Bahia é rica em ritmo, diversidade e beleza. Esse encontro é uma possibilidade para a vida, para aprender, trocar experiência, viver feliz com liberdade”, ressaltou a educadora.
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