Educadores participam de formação sobre Competências Socioemocionais e desenvolvimento integral

Fotos: Claudionor Jr
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Educadores da rede estadual participaram, nesta terça-feira (13), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), de uma formação com a temática “Competências Socioemocionais e o desenvolvimento integral na Educação Básica”. A oficina visa prepará-los para o processo de implementação das Competências Socioemocionais (CS) no currículo da Educação Básica, dentro das competências gerais contidas no documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovado pelo Ministério da Educação.
 
O superintendente de Políticas para a Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado, Ney Campello, falou sobre a importância desta abordagem. “Optamos por chamar competências socioemocionais, que é um assunto ainda pouco sistematizado em nível nacional no âmbito da Educação, levando-se no processo de construção de conhecimentos, o ser humano não se resume à uma dimensão cognitiva, ele é um ser biopsicossocial, de modo que deve ser tratado na sua integralidade”, ressaltou.
 
O gestor destacou, ainda, que a Base Curricular estabelece diretrizes gerais e que cada sistema estadual precisa, à luz dessas diretrizes, estruturar a forma de implementação na formação de competências que reflitam a realidade local e os sujeitos que são os objetos desse processo formativo, vai convergir para o currículo Bahia. “A BNCC é um compromisso do Estado, que, inclusive, já tomou algumas iniciativas, a exemplo dos Núcleos de Investigação e Autoconhecimento e Consciência e do Programa de Atenção à Saúde do Professor. Pretendemos evoluir na adoção das chamadas práticas meditativas na escola. O Instituto Arte de Viver, inclusive, está discutindo a adoção da meditação no Colégio da Polícia Militar do Lobato”, afirmou.
 
O professor de História, Márcio Dórea, do Centro Regional de Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (CEMITEC), falou sobre o importante papel da formação: “É um tema de fundamental importância, até porque ele foi tradicionalmente excluído dos nossos saberes. As questões socioemocionais sempre andaram de uma forma muito periférica dentro do conhecimento docente. Então, a minha expectativa é que a partir deste processo de formação, a gente possa, de fato, incluir isso na nossa atividade docente e que seja um conhecimento transformador dentro da nossa atividade de professor”.    
 
Competências socioemocionais – A educadora Anna Penido, presidente do Instituto Inspirare e responsável pela formação, destacou que há alguns anos quem pensa e faz Educação vem se preocupando com a questão de quais as competências que devem ser desenvolvidas nos estudantes, ao longo da Educação Básica, para que eles estejam preparados para a vida no século XXI. “O que já se vem observando é que não adianta simplesmente garantir o desenvolvimento intelectual, o acúmulo de conteúdos e conhecimento se a gente não desenvolve nessas crianças, nesses adolescentes e jovens a capacidade de se relacionar bem consigo, com o outro, com o coletivo; se não desenvolver o senso de responsabilidade, a capacidade de resolver problemas, a flexibilidade, a sensibilidade, a resiliência, a determinação, a empatia, a capacidade de comunicação mais ampla, o que significa falar mas também saber escutar, interpretar e dialogar com o outro”, detalhou.
 
Anna Penido ressaltou que todos os grandes temas atuais – como tolerância, diversidade e preconceito – têm a ver com a dificuldade das pessoas de lidarem com as competências socioemocionais, daí a importância de que elas sejam incorporadas no Currículo Bahia e nas práticas pedagógicas do professor. “O capítulo introdutório da BNCC já traz uma introdução sobre educação integral, o que eles chamam de dez competências gerais, que dizem respeito à capacidade de valorizar e utilizar o conhecimento; ao pensamento científico, crítico e criativo; ao repertório cultural, à comunicação; à cultura digital; ao trabalho e projeto de vida; à argumentação; ao autoconhecimento e autocuidado; ao relacionamento com o outro, com empatia e colaboração; e à cidadania com responsabilidade para a tomada de decisões com consciência social, ambiental e política”, enumerou.

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