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Educadores discutem o uso das tecnologias à serviço das aprendizagens
Publicado em qua, 31/03/2021 - 09:26 por Ascom/Educação
Palavras-chave:
O Plano de Formação Continuada Territorial, promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) por meio do Instituto Anísio Teixeira (IAT), trouxe as tecnologias para o cerne das discussões da primeira live Diálogos Formativos de 2021, em consonância com as preocupações que, neste momento, mobilizam educadores de todo o mundo.
As pesquisadoras Elaine Soeira e Sheilla Conceição foram as convidadas da live que abriu a formação neste ano, transmitida na tarde desta terça-feira (30/3) pelo canal do IAT no Youtube e acompanhada ao vivo por educadores da Bahia. As palestrantes ofereceram uma perspectiva ética e de funcionalidade das tecnologias aplicadas ao processo formativo, tanto de educadores quanto dos estudantes das redes de ensino.
Após a apresentação da jovem cantora e compositora baiana Lia, essa articulação com as instituições parceiras foi ressaltada por Cybele Amado como uma “perspectiva de trabalho inovadora". "Estamos unindo educadores das redes municipais com educadores da rede estadual num ambiente de formação continuada – e ainda por cima um ambiente virtual - que permite que a gente venha trabalhando com interação e com a possibilidade de construir conteúdos que contribuam com esse contexto em que estamos vivendo, que ajuda com a organização da escola, com o olhar para nossa juventude, que colabora com os professores, para que nós possamos avançar nestes tempos que exigem de nós tanta colaboração e solidariedade.”
Com precisão, a doutora em educação Elaine Soeira, que é especialista em educação a distância, trouxe a perspectiva territorial da Bahia ao analisar as diversas possibilidades - tecnológicas ou não - para o desenvolvimento das atividades escolares durante a pandemia. Estas possibilidades, segundo ela, incluem materiais impressos, cadernos didáticos, TV, rádio e até sistemas de correspondências pensados especialmente para dar continuidade às aprendizagens dos estudantes dos “diversos cenários que encontramos nos territórios baianos”.
Como “não há espaço para receituário”, nas palavras da educadora, o compartilhamento e a colaboração surgem, então, como componentes essenciais para a formatação, a partir das experiências, do trabalho dos educadores.
“O que importa é a aprendizagem. Este é o horizonte que não podemos perder de vista. As embarcações são diversas, mas são o meio e não o fim. Dessa forma, não viemos jogar luz sobre as tecnologias, mas em como elas vêm contribuir com a dinâmica das aprendizagens.”
Elaine ressaltou que não há consenso sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação, as chamadas TDICs, o que reitera a necessidade de se ter um olhar crítico sobre o seu papel e possibilidades que oferecem para o processo de ensino-aprendizagem. “A tecnologia hoje faz parte da vida real. Sua condição de plasticidade confere adaptabilidade à intenção do seu uso. É preciso pensar as tecnologias sempre com uma base reflexiva, crítica, amparada nesta dimensão ética”.
A pesquisadora também falou sobre desafios do ensino a distância, como o “silêncio cognitivo” percebido fortemente no digital, com câmeras desligadas e ausência de respostas dos estudantes, que fazem emergir a necessidade urgente de novos contratos didáticos e da ressignificação da prática do educador para que haja, de fato, a construção de um “espaço dialógico” na relação entre estudantes e educadores.
Mestra em educação e pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Informática e Educação (GEPIED), Sheilla Conceição falou sobre como fazer bom uso das tecnologias digitais e ressaltou a importância de que elas estejam à favor da promoção do desenvolvimento social e ético. "A partir da realidade de cada turma, vamos descobrir qual tecnologia utilizar para agregar valor àquele processo de ensino e aprendizagem. Os professores e estudantes devem ser interlocutores, devem caminhar juntos".
Sheilla também destacou as adaptações curriculares que precisarão ser feitas neste contexto excepcional provocado pela pandemia.
"Nesta transição do presencial para o remoto, é preciso selecionar prioridades. Pensar realmente no que é preciso ensinar e no que é preciso aprender. Precisamos ponderar para chegar à essencialidade do momento. É importante que cada escola discuta essa questão".
O subsecretário de educação Danilo Souza encerrou o encontro falando sobre a importância de os educadores se reinventarem continuamente. "Precisamos de novas soluções para o século 21. E essas novas soluções passam pela condição de sermos humildes o suficiente para aprendermos com as tecnologias, com os nossos estudantes, e fazer a diferença".
Sobre o Plano de Formação Continuada Territorial
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio do Instituto Anísio Teixeira realiza a Formação Continuada para Gestores Escolares, Coordenadores Pedagógicos das redes municipais e Estadual, além das Equipes Técnicas das Secretarias Municipais de Educação e dos Núcleos Territoriais de Educação. A ação, que conta com a parceria da União dos Municípios da Bahia (UPB), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e do Itaú Social, tem foco nos profissionais que atuam nos períodos do 6º ao 9º ano e no Ensino Médio. Por conta da pandemia do Coronavírus, a formação acontece num ambiente virtual, reunindo educadores e técnicos dos 27 Territórios de Identidade da Bahia.
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