Diferentes etnias participam da construção das Diretrizes Curriculares da Educação Indígena, em Paulo Afonso

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Fotos: Ajayó Filmes
A Secretaria da Educação do Estado (SEC), juntamente com o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE/FGV), está promovendo seminários regionais com a participação de professores da Educação Indígenas para a construção das Diretrizes Curriculares da Educação Escolar Indígena da Bahia. O segundo encontro, que já foi iniciado e segue até a próxima quinta (17), acontece no município de Paulo Afonso, seguindo todos os protocolos de segurança.  
 
Com a participação de 50 professores indígenas das etnias Tuxá, Pankararé, Tumbalá, Xucuru-Kariri, Tuxi, Kaimbé e Kiriri, a atividade busca diagnosticar as demandas educacionais dos povos indígenas e planejar ações para o atendimento das demandas educacionais associadas às políticas identitárias e culturais próprias de cada povo indígena.
 
De acordo com Adenilza Kiriri,  coordenadora da Educação Escolar Indígena da SEC, os encontros são fundamentais para a consolidação da identidade dos povos e de um formato de ensino adequado para cada localidade. “Nosso objetivo é que o processo de construção do documento venha contemplar todas as escolas indígenas dos nossos territórios”.
 
Para Patrícia Atikum,  gestora do Colégio Estadual Indígena  Ângelo Pereira Xavier, da Aldeia Pankararé, localizada no município de Glória, o encontro é um momento diferenciado para todos os povos indígenas baianos. “O processo de construção faz toda a diferença para a nossa comunidade e significa resistência e autonomia”, relatou a gestora, que também é subcoordenadora do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA).  
 
A professora Leidiane Tumbalalá, que atua no Colégio Estadual Indígena Santo Antônio do Pambu, no município de Abaré, disse que a construção das diretrizes em conjunto tem um significado para os povos, pois agregam conhecimentos, lutas, debates sociais e conquistas. “Lutamos para a garantia deste ensino diferenciado, bilíngue e multilíngue, de acordo com as nossas organizações culturais, pois cada povo tem a sua particularidade”. 
 
Educação Indígena – Os seminários terão carga horária de 40 horas cada, totalizando 120 horas, com a participação de 180 professores das escolas indígenas. O terceiro seminário será realizado de 4  a 8  de julho, no município de Porto Seguro, tendo como participantes os educadores das etnias das regiões Sul (Pataxó, Pataxó Há Hã Hãe e Tupinambá) e Norte (Tuxá, Pankararé, Tumbalá, Xucuru-Kariri, Tuxi e Kiriri). Atualmente, na Bahia, a Educação Indígena é exercida em 103 espaços escolares e 48 salas anexas e contempla 6.961 estudantes de 15 etnias que habitam em 130 comunidades indígenas.

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