No mês em que se comemora o dia do/a professor/a (15 de outubro), a comunidade escolar presta, por meio de uma série de reportagens especiais, uma homenagem aos professores e professoras que cumprem um papel importante na vida dos estudantes. O professor Delmaci Ribeiro no Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, em Catu (90 km de Salvador), é um destes profissionais que fazem toda a diferença na educação e na vida dos seus alunos.

 

Por meio do projeto Clube de História, o professor Delmaci vem contribuindo para promover a cidadania e o reconhecimento da cultura afro-brasileira como parte integrante da identidade dos estudantes. Criado há dois anos, a ação busca por meio de uma prática educativa informal atrair alunos para o debate da política e temas referentes à valorização afrodescendente. A estratégia do professor tem dado certo.

 

“O projeto mudou a minha forma de ver a política e a cultura Negra. Antigamente não me importava com nada referente ao assunto, mas a partir do momento que comecei a integrar o Clube de História, em junho, pude perceber a importância da nossa participação no contexto social”, destaca a estudante do 1º ano, Bianca Santos, 20 anos. Ela também afirma que “minha postura referente aos estudos mudou. Não tinha quem me fizesse pegar em um livro de História, mas agora tenho vários em casa para ler”.

 

Inicialmente foram realizadas pesquisas sobre o perfil de políticos e dos vereadores nas últimas duas décadas no município. Depois, incluíram a temática da cultura afrodescendente, abordando temas como a capoeira, a Lei 10.639/03 e o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas, a imposição do padrão de beleza e a intolerância religiosa. O resultado das pesquisas, baseada na iniciação científica, é apresentado em feiras escolares e municipais.

 

“Participar do projeto me fez entender a educação numa perspectiva científica, o que nos prepara também para o nosso caminho na universidade. Outro fator, é que os estudos no Clube de História vão muito além da sala de aula, pois debater e pesquisar sobre política e a cultura afrodescendente nos dá a condição de desconstruirmos diversos conceitos”, ressaltou a estudante do 2º ano, Mariana de Jesus Neto, do Colégio Estadual Antônio de Deus Seixas, que também participa do projeto.

 

Mariana faz questão de destacar o entusiasmo do professor com o projeto e os estudantes. “Incentivo é o ponto principal. Ele fica empolgado com qualquer tema, gosta de ver os alunos crescendo, intelectualmente falando, acredita no potencial de cada um e não tem hesitação em demonstrar. Isso é muito bom, porque o estudante se sente na obrigação de aprender e se envolver cada vez mais com o projeto. O professor Delmaci realmente faz a diferença”, conclui.