História familiar inspira professora Maria Damiana para o caminho da Educação

Palavras-chave:
Professora Maria Damiana
Oriunda de uma família humilde de cinco irmãos, a professora de Língua Portuguesa e Artes, Maria Damiana Santana, encontrou nos pais a inspiração para seguir o caminho da Educação e traçar o seu perfil profissional. A mãe Nair, atualmente com 91 anos, foi uma professora por excelência, além de ter sido costureira, bordadeira e cabeleireira. Mesmo antes dos filhos começarem a frequentar a escola, ainda tinha um tempinho para ensinar o ABC. Já seu Mário (in memorian), porteiro de uma instituição federal, chegava em casa trazendo muitos livros, revistas e joguinhos sobre o trânsito e suas sinalizações, incentivando as crianças à leitura.
 
Esta motivação, seguida "pelo lema muito forte: educação sempre vem em primeiro lugar", também foi um estopim para todos que viviam na casa. "Sendo a caçula, acompanhava a rotina de minha irmã Márcia, primeira professora da família, que cursou o Magistério no ICEIA, graduou-se em Arte, na Universidade Católica da Bahia (UCSAL), e também atuou como professora da rede pública do nosso Estado. Meus outros irmãos também são professores, um deles de História e o outro de Educação Física. Na mais nova geração da família, o legado foi estendido para uma sobrinha, que é geógrafa, e minha filha recém-formada em Pedagogia, pela UFBA (Universidade Estadual da Bahia)", explicou Damiana.
 
Natural de Salvador, Damiana seguiu sua trajetória como estudante da rede pública até se formar no Magistério pelo antigo Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA) e conquistando, posteriormente, o diploma do curso de Letras. "Aos 23 anos, prestei concurso público e leciono há quase 30 anos. A maior parte do meu tempo de trabalho como professora foi em bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador, em especial a primeira escola que fui encaminhada após nomeação: Escola Municipal Eufrosina Miranda, no Lobato. Trabalhei também em algumas escolas em Plataforma. Atualmente estou no Colégio Estadual Alberto Valença (CEAV), no bairro do São Gonçalo", contou a educadora.
 
Segundo ela, ser professora a transforma, a cada dia, em um ser humano melhor. "Desenvolvo-me na prática todos os dias ao pisar no chão da escola, ao cumprimentar todos e respeitar suas diferenças e subjetividades. A educação é a minha revolução. E para fazer o diferencial, precisamos nos atualizar a todo instante. Nesse sentido, reinventar-se sempre é necessário, pois acredito no poder da criatividade, em buscar diferentes práticas pedagógicas, diferentes pedagogias. Atentar-se às potencialidades e dificuldades do educando e, assim, ir transformando a práxis", analisou.
 
A pandemia, que incialmente pareceu um obstáculo, reforçou a necessidade da educadora de se reinventar. Com práticas que ajudassem no desenvolvimento das competências sócio-emocionais, buscou criar um ambiente bastante interativo para os estudantes, trazendo para as práticas pedagógicas referências artísticas com mensagens positivas e encorajadoras. "A pandemia trouxe consigo inúmeras complexidades, acentuou ainda mais questões sociais que precisamos refletir e modificar e a Educação vem tentando se adaptar a este momento que todos estamos vivendo e que tem demorado mais do que imaginávamos, o que nos custou coisas muito caras como afetos e presenças", avaliou.
 
Mas com a volta das aulas 100% presenciais, a professora Damiana pretende continuar desenvolvendo suas práticas pedagógicas, de modo que conceitos como justiça, respeito e solidariedade sejam compreendidos, assimilados e vividos. "Antes da pandemia, participava com as minhas turmas de projetos em especial, em 2019, da 1ª Gincana Cultural, Sustentável e Esportiva. Também criava trabalhos escolares a fim de apresentar aos estudantes referências negras de forma positiva e de valorização às suas origens. Tenho muito orgulho de ver as produções artísticas dos estudantes afixadas nas paredes da escola e perceber que eles obtiveram conhecimentos relevantes a partir das atividades e intervenções realizadas," exaltou.
 
Como uma forma de agradecimento ao que aprendeu com os pais e a família, Damiana segue há três décadas o caminho da Educação. Ao levantar a bandeira da profissão, faz referência ao Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, que dizia: “Quem ensina aprende ao ensinar. E quem aprende ensina ao aprender.” E de forma natural, deixa claro na sua postura o seu orgulho de ser professora!
 
Reportagem: Suâmi Dias /Ascom SEC

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